quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Bibbidi-bobbidi-boo

Eu cresci com a ideia de que minha mãe era capaz de fazer qualquer coisa. Tipo qualquer coisa mesmo. E não é para menos. Ela consegue fazer miséria com uma máquina de costura. Desde pequena, o que eu imaginasse, o que eu pedisse, ela dava um jeito de fazer. Uma das coisas mais incríveis que ela fez para mim foi uma fantasia de carnaval. Eu tinha ganho uma barbie da princesa Jasmine de aniversário (não lembro ao certo que ano, mas eu devia ter uns 10 anos), e eu pedi para ela fazer uma roupa igualzinha para eu ir em alguma baile de carnaval de um clube qualquer. E ela fez. Absolutamente igual. Ficou uma réplica exata da roupinha da minha barbie, nos seus mínimos detalhes. Só que 100000x maior, e na cor rosa.
Constatação triste: eu não tenho mais nem a barbie, nem a fantasia, e não consegui achar nenhuma foto daquele carnaval..
Lembro também de uma vez que, já adolescente, eu passeava com uma amiga no shopping, e provei uma saia de tweed na Triton pela qual me apaixonei perdidamente. Mas era muito cara pro meu bolsinho. No dia seguinte voltei com a minha mãe, ela entrou comigo no provador e, enquanto eu trocava de roupa, ela analisava a saia todinha para poder fazer uma para mim. Dito e feito. Ganhei uma saia igualzinha a da loja, só que sem a etiqueta e de outra cor. E assim acabamos formando uma bela parceria: eu imagino ou vejo algo que queira e ela executa brilhantemente (precisa ver o capricho que essa mulher coloca em tudo que ela faz). Acho que não é exagero dizer que quase metade das roupas que tenho foi ela que fez. Tem de tudo: sainhas, blazers, calças, vestidos simples, vestidos de festas, blusinhas, shorts. Tenho uma calça pantalona e uma saia longa estilo sereia que ela fez que são incríveis. Sãos meus xodózinhos. Aliás, a metade do meu guarda roupas feita por ela é com certeza a metade que eu mais gosto.
E foi por isso que não tive dúvidas quando pedi a ela para me ajudar com meu vestido de noiva. Quando eu comecei a pensar no vestido do meu casamento, eu vi alguns modelos e fiz uns orçamentos com algumas estilistas. Mas todos pareciam muito caros para mim. Não queria gastar tudo aquilo, mesmo sendo o meu vestido de noiva, achava demais. Aí um belo dia, uma amiga muito próxima comentou que uma conhecida dela tinha comprado o vestido de noiva pela internet, de uma loja dos Estados Unidos. Segundo ela, tinha dado tudo certo com a postagem e o feitio, além do que o vestido era bem bonito e mais em conta. Ela não poderia ter falado isso para alguém mais certo do que eu. Adoro comprar coisas pela internet. A-D-O-R-O. Tá, adoro é pouco, eu sou viciada mesmo. Compro de tudo pela internet, principalmente no ebay. Qualquer coisa que eu precise comprar (precisar no sentido feminino da palavra, ou seja, queira comprar), antes de mais nada, procuro no ebay. E sempre acho tudo que quero por um preço bem justo. Triste é ter que esperar a encomenda chegar, ainda mais quando a nossa linda alfândega resolve demorar uma eternidade para liberar. Mas, ainda quando demora mais do que o normal, vale a pena! Então, me senti no céu quando descobri que dava para comprar pela internet um vestido de noiva feito sob encomenda, no tamanho e no modelo que eu quisesse. Agora só precisava escolher o modelo.
Fiz algumas pesquisas pela internet, e acabei gostando de um vestido do Elie Saab (nada humilde) que tinha disponível para provar numa loja em São Paulo. Lá fui eu. O vestido era incrível. Mas além do fato de ser um 'Elie Saab', o vestido custava o valor total que nós iríamos gastar no casamento todo. Ele tinha o dever moral de ser maravilhoso. Mas eu tinha ido lá, na verdade, para me ver no espelho vestida com aquele modelo e ver como eu me sentia. E eu me sentia bem, muito bem. Era exatamente aquilo que eu queria no meu vestido de noiva: saia de tule e corpo de renda delicado. Cheguei eufórica em casa, tirei minhas medidas, entrei no ebay e comprei o vestido. Em menos de 2 meses ele tava sendo entregue pelo correio. Lógico que ele não era lindo como o original, mas ele era muito bem feito e o tecido era de ótima qualidade. Só que a renda não era bem como eu queria. Na mesma hora eu passei a mão no telefone e liguei para a minha mãe. Contei a história toda e perguntei: e aí, consegue reformar o corpo dele? Ela achava que sim. Marcamos uma visita dela à Sampa e fomos até a 25 comprar a renda. O que eu não gastei no vestido em si acabei gastando na renda. Mas eu achei que merecia. O vestido tinha sido barato, a renda era linda e o resultado ía ficar do jeito que eu queria.
Minha mãe levou o vestido para a casa dela para fazer as alterações que eu tinha pedido. Ela não me contou isso na época, mas ela ficou apavorada. Achava que não ía dar conta. Para se sentir mais segura, ela decidiu procurar uma outra costureira que pudesse auxiliá-la. Elas acabaram decidindo fazer um corpo novo para o vestido, seria mais prático do que reaproveitar o já existente. Então, a costureira ajudou a refazer a parte interna do corpo e minha mãe ficou responsável por toda a aplicação da renda. O dia que eu fui lá para a primeira prova, foi um dos melhores. O vestido estava montado apenas com a saia de tule e a parte interna do corpo. Nós fomos cortando a renda, flor por flor, e aplicando uma a uma no vestido. Eu fui escolhendo onde queria cada flor, montando eu mesma o meu vestido. Foi uma uma sensação incrível, ajudar a fazer meu próprio vestido de noiva..





Infelizmente eu não tenho mais fotos do vestido como ele era, tinha tirado com o celular, mas antes de lembrar de passar para o computador, deu pau no celular e perdi todas as fotos.. De qualquer forma, a única coisa que restou dele foi a saia de tule.
Me chame de piegas se quiser, mas no final do dia, quando eu coloquei o vestido com todas as florzinhas presas por alfinetes, eu chorei. Não era um Elie Saab, não tinha custado 1/10 do valor do original, mas ele estava perfeito. Eu me via entrando na Igreja com ele, apenas ele, nenhum outro. E, se eu já tinha achado ele lindo daquele jeito mesmo, com todos aqueles alfinetes pregados, imagina depois que a minha mãe terminou a aplicação..










Pode ser coisa da minha cabeça, mas eu não consigo parar de pensar que ela tava muito parecida com a fada madrinha da Cinderela no dia do meu casamento. Talvez seja porque o vestido dela lembra um pouco. Mas talvez porque ela foi a minha fada madrinha e fez para mim o vestido dos meus sonhos. Na verdade, ela foi a minha fada madrinha durante minha vida inteira. E continua sendo. Não há nada que eu imagine que ela não consiga fazer perfeitamente. Engraçado é que, assim como eu, ela não se realizou completamente na carreira profissional que ela seguiu. No final das contas, acabamos descobrindo que nós duas gostamos mesmo é de trabalhar com artes manuais. Cada uma com a sua aptidão: eu criando, ela realizando. Mas ainda assim. Telle mère, telle fille. Tá aí uma parceria que sempre deu certo. E quem sabe aonde nós conseguiríamos chegar juntas?!.. 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Tile me up!

Quando eu era criança, meu pai trabalhava no Banco do Brasil e foi transferido algumas vezes. Eu era muito pequena na época, não lembro direito como foi ter que mudar de cidade várias vezes, a adaptação ao novo colégio, fazer novos amigos. Minhas irmãs, mais velhas do que eu, sentiram bem mais os problemas dessas mudanças. Mas, ainda assim, mudar de cidade com frequência deixou uma marca em mim. Desde então passei a ter aversão. Tudo que eu queria era poder fincar meus pés num lugar e ali fazer minha morada até o fim dos tempos. Mas a vida, essa traquinas, veio e cagou na minha cabeça. Fez com que eu me apaixonasse por um ser itinerante, que ainda não conseguiu ficar parado na mesma cidade por mais de 2 anos desde que se formou na faculdade. Oh, the irony. Poisé, talvez esse tenha sido o jeito que a vida encontrou de me mostrar que não adianta nada eu querer controlá-la. Que vale muito mais a pena manter a mente aberta do que se prender a antigos traumas que você nem sabe direito porque os tem. Não que isso seja fácil. Tive algum tempo de relutância até perceber que eu perderia muito se não aprendesse a me adaptar. E foi assim que eu vim parar na terceira cidade que eu moro nos últimos quatro anos. E quer saber? Eu aprendi a gostar disso. Aprendi a aproveitar o que cada cidade tem de melhor, a mudar meus hábitos, conhecer novas pessoas. Por cada cidade que eu passo, acabo mudando um pouquinho de mim. E acho que isso é bom. Aliás, já não acho que faça o menor sentido isso de querer ficar numa mesma cidade pro resto da vida. O mundo é grande demais, e eu jovem demais para ter raízes (e ai daquele que disser que 28 não é jovem!).
Lógico que nem tudo são flores. Com todas essas mudanças, ainda não conseguimos estabelecer um canto nosso. Como não fazemos ideia de quanto tempo ficaremos por onde passamos, não achamos que vale a pena investir muito numa casa. Sabe-se lá quando teremos que levantar acapamento de novo. Assim, é muito mais fácil só alugar um lugar, e tentar deixar o máximo possível com a nossa cara. Aqui em Resende, para benefício do nosso pequeno (esclarecendo, é um pequeno peludo, por enquanto é o que tem de criança nessa família.. esclarecendo um pouco melhor, nosso peludo não é nada pequeno, mas enfim..), decidimos alugar uma casa com quintal. De todos os lugares onde eu já morei, esse é com certeza o lugar que eu mais me sinto em casa. Eu simplesmente adoro a nossa casinha. É pequena, mas aconchegante. Na verdade, pequena não, do tamanho certo. Depois de tanto tempo em apartamentos, adoro poder sentar no quintal e aproveitar o sol enquanto brinco com o pequeno. Abrir todas as janelas e deixar a luz entrar. Aliás, nunca tive tantas plantinhas em casa. Tô até planejando uma hortinha.. É, não tinha lugar melhor para eu passar meu período sabático.
Lógico que, como qualquer residência, tem várias coisas que eu gostaria de melhorar. O exterior está um pouco descuidado, as paredes precisam de uma pintura nova, e o quintal merecia um belo projeto paisagístico. Mas né, de novo, não posso investir tanto num lugar que não é meu e que eu nem sei quanto tempo vou ficar... O jeito é tentar dar uma melhorada sem gastar muito. De todas as paredes que deveriam ser pintadas, uma me incomodava mais do que todas. Talvez por ser a parede que fica logo quando eu abro a porta dos fundos, que eu costumo deixar aberta enquanto estou na cozinha, de modo que a parede fica ali exposta, me encarando, pedindo por socorro. Resolvi fazer algo por ela. Mas não dava para pintar só a coitada e não pintar o resto. Foi aí que eu vi algumas fotos (adivinha onde?!) que me deram a solução: composé de azulejos!






 

 
 



Preciso desesperadamente desses azulejos florais!!
Acabei encontrando (aqui) um papel de parede adesivo imitando azulejos que se encaixava perfeitamente no que eu queria! Antes de aplicar o adesivo, dei uma boa lixada na parede, para facilitar a adesão do papel, e limpei com uma esponja úmida. Depois, montei o composé no chão (os azulejos vem separados um por um) para não me perder durante a aplicação.
Antes
Depois
Tinha adesivo para ir até o teto, mas achei que colocar só até a altura da porta fez mais sentido esteticamente. Também, dali para cima a parede está bem conservada. Até troquei o badulaque da porta. Tirei as borboletas chinesas e coloquei essas corujinhas de patchwork que compramos numa feira de artesanato em Floripa, acho que combinaram melhor. Ah, pra finalizar e ajudar a manter o adesivo colado, passei duas mãos de verniz, assim protege da umidade, chuva, etc, e dá um acabamento brilhoso mais bonito.

Quem não tem o próprio canto, onde possa fazer reformas sem dó sabendo que é um dinheiro bem investido, sabe como é difícil ter que se conter para arrumar a casa do seu jeito. Mas há maneiras criativas de dar a sua cara a um lugar que não é seu. E, o melhor de tudo, sem gastar muito! Eu ainda sonho um dia conseguir voltar para o sul, ter uma casona com um gramado lindo que eu possa encher de cachorros (ou quantos o respectivo permitir), onde meus filhos possam crescer, e eu possa me divertir decorando, reformando, sem limites para podar minhas asinhas. Mas não agora. Sei que ainda temos um caminho a trilhar até lá. E, sinceramente, espero que a vida continue me levando a lugares que nunca imaginei. Vida querida, me surpreenda! Afinal, como diria um dos meus gordinhos preferidos: pra onde você for, lá pra mim já é... 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Go on and close the curtains.

Eu tenho um vício. Ele se chama Pinterest. O Pinterest é como se fosse um mural, só que online, onde cada pessoa posta imagens de seu interesse, seja lá o que for. Decoração, moda, casamentos, arte, arquitetura, animais, fotografia, tatuagens, viagem, comida, beleza, carros, jardinagem. Enfim, há boards de todos os tipos e para todos os gostos. Desde que eu descobri o Pinterest eu viciei. Aliás, vamos voltar um pouco. Desde que eu me conheço por gente eu sou viciada em fotos. Não em tirar fotos, mas de olhar fotos. Adoro. Não sei explicar. Sou daquelas que entra na rede social alheia para fuçar as fotos, por nenhum motivo específico, apenas para olhar (a little bit creepy, I know). Gosto de olhar fotos pelo puro prazer de apreciar. Algumas vezes guardo fotos que eu vi e gostei apenas porque são bonitas, outras porque me dão ideias que posso usar, seja de decoração, de roupas, lugares para visitar, etc. Desde que as coisas se tornaram digitais e mais práticas, eu adotei o hábito de criar arquivos com fotos que vi em algum lugar e achei que valia a pena guardar. Lógico que, como toda boa pessoa nascida e crescida no século passado, eu guardo um carinho especial pelo antigo sistema fotográfico. Nada como ter que escolher a dedo os locais e momentos que mereciam ser registrado, para não desperdiçar o filme, ao invés de poder repetir mil vezes a mesma foto até ficar boa. Aquele frio na barriga que dava quando, no meio de um passeio, você descobria que o filme estava acabando e não tinha nenhum filme extra para substituir. E a emoção de revelar as fotos tiradas, sem saber se tinham ficado boas, ou se tinha dado o azar de queimar alguma? Sem contar os dias de espera até as fotos ficarem prontas, imaginando qual teria sido o resultado. Tempos diferentes. Nem melhores, nem piores, apenas diferentes. Nostalgia à parte, vamos combinar que as fotos digitais facilitaram em muito a nossa vida. E, na minha vida, elas ganharam um patamar especial através do Pinterest. Não tem um dia que eu não entre nesse site, nem que seja para dar uma olhadinha rápida. Momentos de tédio e de espera são salvos graças ao Pinterest. Enquanto alguns jogam candy crush, eu fuço o Pinterest. Tenho até o aplicativo no meu celular para facilitar. O vício é tanto, que já passei adiante e viciei outras pessoas.
Em minha defesa, o Pinterest é uma ótima ferramenta para buscar referências. De qualquer coisa. As ideias mais legais que tive para o meu casamento eu achei copiei de lá (inclusive essa). Mas o que eu mais gosto de procurar no Pinterest são ideias de decoração para casa, principalmente as que ensinam coisas diferentes que você mesmo pode fazer. Uma dessas ideias que eu achei, e amei de paixão, foram as cortininhas substituindo portas de armários. Sério, depois que comecei a ver várias fotos com essas cortinas, me deu vontade de arrancar fora todas as portas de todos os meu armários e colocar cortininhas pela casa toda. E tem como não amar?

 




 








 




Charmosas até dizer chega. Mas, controlada a paixonite aguda inicial, resolvi aplicar a ideia em apenas um lugar da casa (na verdade foram em dois, mas como a cortininha da pia da cozinha ainda não está do jeito que eu quero, não vou compartilhar a foto, sorry!).
Adoro o colorido que ela traz pro quarto. Acho ao mesmo tempo delicado, romântico e descontraído. Enquanto eu não pude ter o closet dos meus sonhos (um desses tava bom pra mim), me animo mais em ter um armário assim, diferente, do que um guarda roupas padrão.. Sem contar que, a hora que eu enjoar dessa estampa/cor, eu troco a cortina, just like that.
Gosto dessas ideias simples (e fofas) que te possibilitam transformar uma coisa comum e sem graça noutra completamente nova. Já tenho várias engatilhadas só esperando a preguiça deixar o meu corpo para serem testadas. Ultimamente ando assim, com essa mania de querer reinventar as coisas. Um reflexo da minha necessidade de me reinventar? Talvez. Provavelmente. Mas cá entre nós, tô descobrindo quão divertido isso pode ser!    


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Elementar, meu caro Watson!

Apesar da minha insatisfação profissional já ter se instalado há algum tempo, foi só no ano de 2012 que eu decidi que tinha que fazer algo a respeito. Mas me concentrar nisso não foi uma tarefa muito fácil, eu estava planejando meu casamento, e preciso admitir que era muito mais divertido pensar no casório do que nos meus problemas.. Havia algum tempo já que eu vinha coletando fotos de vestidos, detalhes decorativos, ou qualquer outra coisa que pudesse servir como referência para o grande dia. Adorava fuçar os sites atrás de fotos de decoração, e tinha uma boa ideia de como eu queria a minha. Depois de escolher a decoradora e discutir com ela os detalhes de como seria, eu decidi que não deixaria tudo na mão dela. Havia uma foto em especial da qual eu tinha gostado muito, e queria fazer algo parecido, mas queria eu mesma fazer. Enquanto eu ía criando os detalhes e escolhendo o material, comecei a dividir com o respectivo as minhas ideias, contando para ele como iria ficar, orgulhosa de poder participar ativamente da decoração do meu casamento e empolgada com todo o processo criativo. Ele sabia da minha insatisfação no trabalho, sabia que eu não aguentava mais e precisava mudar, mas que eu não sabia como. Numa dessas vezes que conversávamos sobre a decoração, ele me olhou e, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, perguntou: por que você não trabalha com isso? Damn, como eu não tinha pensado nisso?! Eu realmente estava adorando todo esse trabalho criativo, fazia o maior sentido. Tá aí uma coisa que eu realmente gostaria de me dedicar! Ok, primeira pista decifrada: eu quero trabalhar com isso. Hm, tá. Mas, o que é exatamente esse "isso"? Poisé..
Mas voltando a minha ideia, quando comecei a pesquisar as coisas do casamento, essa foi uma das primeiras fotos que eu vi e adorei. Sabia que iria querer algo assim no meu casamento, independentemente de como fosse o resto da decoração.
Essas molduras simplesmente me fizeram suspirar. O detalhe das florzinhas e das rendas traziam exatamente o ar romântico e delicado que eu queria. E com essa ideia na cabeça eu comecei a criar o meu próprio "canto das molduras". Decidi que elas ficariam penduradas na frente de uma parede, com um fundo de tecido adasmacado para dar um ar retrô. Seriam nove molduras, sendo uma central e de tamanho maior, quatro médias e quatro menores. Na maior e nas quatro médias eu aproveitaria para colocar fotos nossas, já que não colocaríamos mais nenhuma foto em nenhum outro lugar da decoração. Para as molduras pequenas, eu resolvi criar algum detalhe diferente, usando a ideia da renda e das florzinhas da foto original. Comprei as molduras de gesso num site da internet (não lembro qual..), todas com estilo provençal para manter o ar romântico, e pedi para uma tia que trabalha com artesanato me ensinar como eu deveria pintar para deixar com o tom envelhecido que eu queria. Por fim, escolhi as fotos e dei um pulo na 25 de março comprar os aviamentos necessários.
A moldura pequena à esquerda é o protótipo que a minha tia fez para mim.
Material comprado, mãos à obra. Para deixar as molduras na cor que eu queria, passei uma mão de tinta branca, depois betume (que dá esse efeito amarronzado) e, para finalizar, uma camada de cera. Acabei optando por deixar as molduras num tom mais escuro do que a minha tia tinha feito, achei que contrastaria melhor com o fundo de tecido que eu tinha escolhido (só precisei diminuir a quantidade de cera passada no final).

Essas foram as ideias que eu tive para os quadrinhos. O buquê de rosinhas e a renda foram adaptados da foto original, essa etiqueta "love" eu encontrei num site por acaso, e os corações do canto eu vi no Pinterest (de cartolina, super simples de fazer). 
E esse foi o resultado final!

A decoradora só não posicionou muito bem os vasos, que acabaram escondendo dois quadros de fotos. Eu teria feito a disposição diferente, mas tudo bem..
 







Sogrão contando para os convidados que os quadros eram obra minha ;)

The happy couple!
Não tem como explicar quão feliz eu fiquei de chegar lá na festa e ver o resultado do trabalho que eu tinha feito. Sem contar que é muito mais gostoso poder participar dos preparativos do casamento não apenas pagando, mas criando algo seu. Torna tudo muito mais especial!
Já quanto ao que fazer da minha vida profissional, continuo sem saber. Mas ao menos eu descobri que o que eu sentia falta no meu trabalho era desse processo criativo. O que já é um primeiro passo! Todos os caminhos começam com um primeiro passo. É um tanto quanto assustador recomeçar do zero a essa altura do campeonato. Mas eu me convenci de que não preciso saber desde já exatamente onde quero chegar, afinal de contas eu também não sabia onde eu queria chegar quando escolhi a faculdade que ía fazer aos 17 anos de idade. E se isso não me impediu de apostar tudo naquela época, porque deveria me impedir agora? Vou dar um passo de cada vez, sem pressa, e quem sabe o próprio caminho acabe por me mostrar o que devo fazer a seguir!..