terça-feira, 6 de outubro de 2015

I´ll be back. Will I?

Voltei sem vontade de voltar. O que não é novidade, sempre me bate um desânimo quando volto de longas estadas junto aos meus. Além da melancolia usual, encontrei a casa parecendo cenário de filme apocalíptico. Benditas obras que nunca acabam no prazo previsto. Em uma semana a casa precisava estar pronta, limpa e arrumada para a comemoração do primeiro ano do pequeno. Uma semana de puro caos. No fim tudo deu certo, mas acabei ficando tão envolvida com a festa que esqueci de tirar fotos dos detalhes. Estou tentando coletar fotos dos que lá estiveram para ter o que postar. Ontem o pequeno completou oficialmente seu primeiro ano de vida. Passei o dia todo chorosa, relembrando cada momento do parto. Lembrando a mim mesma que eu não tinha ideia do que viria nos 365 dias que se seguiram. Rindo de mim mesma por cada teoria e leitura que eu tão ferozmente me apeguei, e tão relutantemente tive que me desapegar. Não há manuais, não há regras, nem bulas. Há apenas vivência, instinto, entrega. E, no fim de tudo, há amor. Muito amor. Um infinito inteiro de amor. Adoro essa fase serelepe em que ele se encontra. Mas adoraria poder reviver cada momento desse primeiro ano. Até os momentos de desespero. Não me canso de pensar em como teria sido diferente se eu soubesse tudo que eu sei hoje. Se eu tivesse dado ouvidos à tão famosa e tão batida frase: vai passar. Passou. Num piscar de olhos. Penso naquele frio e cinzento dia 05 de outubro de 2014. Eu não fazia a menor ideia da maratona que eu estava começando e do tanto que eu iria mudar. E não fazia a menor ideia do tamanho do amor que havia acabado de nascer. Penso no que está por vir. Não faço a menor ideia. Um vocabulário inteiro a aprender, um mundo todo de novidades e curiosidades a desbravar. Desfralde, largar a chupeta, a mamadeira, o berço. Birras, broncas, choros. Choros e mais choros. Será que algum dia acaba essa fase dos choros? E, no fim de tudo, mais amor. Será que é possível haver ainda mais amor? Hoje cedo ele acordou e não queria sair do meu colo. Ficou dengoso, a cabeça encostada no meu ombro, brancinhos envolvendo meu pescoço, os dedos enrolando carinhosamente meu cabelo. Houve uma época em que eu me sentia perdida. Não sabia o que eu havia nascido para fazer nessa vida. Qual meu dom, vocação, profissão. Parte de mim ainda não sabe. A parte que precisa trabalhar para ajudar a pagar as contas de casa. Já a outra parte de mim não tem a menor dúvida: eu nasci para ser mãe. Nasci para amar, proteger, cuidar, ensinar, brincar, acalentar. Só que a minha parte anterior não só segue perdida, como anda mais perdida do que nunca. Sem vontade para nada. Nem para esse meu pequeno espaço. Voltei sem vontade de voltar. Acho que na verdade ainda nem voltei. Vou voltando aos poucos. Isso se eu descobrir para onde diabos eu devo voltar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário