quarta-feira, 14 de maio de 2014

Lets go sit underneath that willow tree, oh baby just you and me!

Engraçado como um mesmo lugar pode ser tão diferente em momentos diferentes. Basta mudar as pessoas que lá estão, o tempo em que você lá se encontra, e voilá! Tenho essa impressão sobre alguns lugares por onde já passei. Blumenau, por exemplo, eu conheço de três maneiras diferentes: a que eu visitava com minha família quando era criança; a que eu fui uma ou outra vez já adulta para curtir a Oktoberfest; e a última, aquela onde eu morei por três anos antes de enfim me juntar com o respectivo. Nem mesmo a rua que percorri emburrada com o respectivo semi-bêbado do meu lado (ele tinha me prometido que era logo ali, mas a verdade era uma caminhada de 40 minutos!) do centro da cidade até a Vila Germânica, e que 2 anos depois passou a ser meu caminho de todo dia pós trabalho, parecia a mesma.
Do mesmo jeito eu me sinto com relação a Sampa. Primeiro, antes de conhecer o respectivo, uma cidade cinza, sem graça; depois, já com ele, uma cidade viva e cheia de mil coisas para se ver e fazer; por último, nowadays, uma cidade exaustiva, afundada no caos do trânsito e numa rotina sem fim. Sinto falta daquela São Paulo pela qual eu me apaixonei. Foi com certeza uma das melhores épocas da minha vida. De todas as coisas daquele tempo em que nós moramos aqui juntos, uma é que mas me faz falta: nossas tardes ensolaradas no Ibirapuera. Eu amava aquilo. Passava a semana inteira checando a previsão do tempo e torcendo para que o sábado enfim chegasse e eu pudesse me esticar à sombra de alguma árvore enquanto o Tapioca corria fazendo festa com os demais cachorros. Na verdade, minha primeira ida ao maior Parque da cidade não foi assim romântica. Ainda não tínhamos nosso pequeno, e resolvemos ir para andar de bicicleta. Num domingo. Foi como tentar pegar a marginal rumo à praia em véspera de feriadão. Em outras palavras, uma péssima experiência. Mas logo que o Tapioca entrou nas nossas vidas, eu descobri que havia um espaço no Ibirapuera onde as pessoas soltavam os cachorros - não figurativamente falando - e eles ficavam correndo livres, brincando entre si. Para um pequeno cão do tamanho de um lobo que morava num apartamentinho de 60m2, aquilo era o paraíso na terra. E lá nós passamos boa parte dos nossos finais de semana...
Numa dessas tardes, tentativa de foto 'artística' enquanto o respectivo - de vermelho - lia e o pequeno me observava num intervalo das suas peraltices. 
Não conseguimos encontrar em Resende um lugar onde possamos passar tardes tão boas quanto as que tivemos no Ibira. Até conseguimos passear com os nossos pequenos soltos na praça que fica atrás da nossa casa, mas não é a mesma coisa. Não há outros cachorros correndo livres, e há o constante movimento de carros nas ruas que rodeiam a praça. Mas ao menos nós temos algo que nós não tínhamos em Sampa: um belo e espaçoso quintal. Tá bem vai, um espaçoso e não tão belo quintal. O ambiente mais promissor da nossa casa é também o mais judiado. Não é culpa nossa. Já estava assim quando chegamos. Não há grama, árvores, nem flores plantadas. Apenas mato. Em algumas partes apenas terra, e em outras apenas cimento. Tinha rolado até então uma certa preguiça de reformá-lo. Mas quando soubemos da vinda do nosso bebê, decidimos que era enfim o momento de dar um jeito no quintal. Falamos com o proprietário, explicamos a situação, e ele concordou. Já até fizemos alguns orçamentos, estamos apenas esperando o pedreiro dar uma passadinha lá para arrumar algumas coisas no muro antes de começar e mexer no jardim.
Eu nem faço questão de grandes projetos paisagísticos pro nosso quintalzinho. Apenas quero preenchê-lo com grama, e plantar uma árvore - não tão grande, apenas o suficiente para fazer uma sombrinha agradável. Uma Bougainville seria uma boa opção, daria um colorido na casa. Tudo que eu quero é um lugar onde eu possa estender uma canga e deitar no colo do respectivo com o nosso pequeno - o que está por vir, não os peludos. Ou melhor, os peludos também. Um lugar onde eu posso ler um livro, improvisar um picnic, pendurar uma rede ou um balanço, tomar um vinho no final de um dia de outono. Ou uma cerveja numa noite quente de verão...





 










 Meu pequeno e particular pedacinho de Ibira!

Nenhum comentário:

Postar um comentário