sexta-feira, 28 de agosto de 2015

My week in pins X.

Dessas coisas que acontecem com a gente e com gente ao redor da gente e nos fazem confrontar a fragilidade da vida.
Essa semana fiquei sabendo de uma amiga, que tem um filho de 2 anos e pouquinho e está esperando pelo seu segundo, que o seu primogênito iniciou uma batalha contra câncer. Tão pequenino e já tendo que se tornar um guerreiro. Não consigo parar de pensar nela desde que eu soube. Na dor, na angústia, na vontade de ser forte por ele, na crueldade de ter que enfrentar tudo isso durante uma gestação, na confusão de sentimentos que deve ter inundado o seu coração de mãe. Dessas coisas da vida que a gente nunca vai entender porque acontece com essa ou com aquela pessoa.
Essa semana vi minha primogênita peluda começando a dar sinais claros de velhice. Já são 10 anos de lealdade e carinho, de rabo abanando e o olhar brilhando quando me vê chegar em casa. Impossível pensar numa vida sem ela. Não quero e não vou pensar numa vida sem ela. Sei que os sinais que ela vem demonstrando são tratáveis e que ainda temos alguns anos de cumplicidade pela frente. Mas sinto que entramos numa contagem regressiva. Não consigo parar de pensar que essa talvez seja a primeira perda que meu pequeno terá de enfrentar. Dessas coisas da vida que a gente poderia passar uma vida inteira adiando o confronto.
Essa semana eu tive uma crise de bronquite braba de madrugada. Uma crise que me manteve acordada das 3h às 5h sentada na cama tentando respirar enquanto um balaio lotado de gatos fazia festa dentro do meu peito. Daquelas crises que eu não tinha há tanto tempo, que a bombinha de asma que eu tinha para momentos assim havia passado do prazo de validade pra mais de ano. No meio daquelas horas desperta, pequeno acordou e chorou pedindo para ser acudido. Tirei-o do berço, sentei na poltrona com ele e lá fiquei durante um bom tempo enquanto ele voltava aos poucos a respirar pesado. E ali, com ele nos meus braços, o peito chiando e sem o menor sinal de sono em mim, me dei conta de que, em alguns anos, eu sentiria falta das madrugadas em claro. Talvez nem sejam necessários anos. Os primeiros meses foram uma batalha e eu já sinto falta deles.. Com esse pensamento em mente, abracei-o forte e dei-lhe um beijo na testa. E ele, com os olhinhos cerrados e a respiração cadenciada, me devolveu um pequeno sorriso por de trás da chupeta. Dessas coisas da vida que duram um milésimo de segundo, mas que guardamos carinhosamente no coração por toda a eternidade.










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