terça-feira, 29 de outubro de 2013

Look it up!

Sei que já mencionei por aqui o viajante que meu respectivo é. Nestes sete anos que estamos juntos, nós moramos na mesma cidade por aproximadamente apenas dois anos. É sério, nós já fizemos esse cálculo. Num desses períodos de distância - o pior deles eu diria - ele morou na China. Ele foi para lá logo que se formou na faculdade. E lá ficou, a trabalho, durante quase um ano e meio. De vez em quando ele vinha para o Brasil, e nós podíamos matar a saudade por alguns dias. Chegamos a ficar coisa de uns cinco meses sem se ver.. Não foi nada fácil. Quando olho para trás, me pergunto como nós conseguimos. Eu realmente não desejo a ninguém uma situação dessas. Mas a ida dele para a China me trouxe uma coisa boa: minha primeira grande viagem. Antes dele ir para lá, eu só tinha viajado para lugares dentro do Brasil mesmo. Nem passaporte eu tinha. Resolvemos então que eu iria para lá passar o Natal e o Reveillon com ele. E lógico, conhecer um país completamente diferente.
Meus vinte dias lá foram incríveis. Eu nunca havia saído do meu país, e de repente dei de cara com uma cultura tão diferente e tão rica. Foi incrível. Vinte míseros dias capazes de render muito pano para manga. Um outro dia talvez. Por ora, apenas a ida até lá me interessa. Como uma marinheira de primeira viagem, você pode imaginar o meu nervosismo ao entrar no avião e me dar conta de que eu estava prestes a ir até o outro lado do mundo sozinha. Sozinha. Respectivo estaria me esperando lá. Mas eu faria o caminho todo all by myself. Uma viagem de doze horas até Dubai, cinco horas de espera lá, mais uma viagem de umas dez horas até Shangai, e outra até Chongqing, onde ele estaria me esperando. Tudo isso sem nunca ter tirado meus pés do Brasil. Tendo apenas testado meu inglês em aulas, assistindo filmes, ouvindo músicas e em raras conversas com gringos que conheci por aqui. Mesmo já sendo bem grandinha, confesso que fiquei bastante nervosa. Lembro que, depois que entrei no avião e me acomodei no meu assento, pensei "ok Manu, relaxa e curte o vôo, vamos deixar para nos preocupar com a 'etapa Dubai' quando chegarmos lá". Providencialmente, nesse momento, as luzes da cabine se apagaram. No teto, inúmeras luzinhas brilhavam, imitando um céu estrelado. Aquilo me encantou. Foi o suficiente para eu relaxar e não pensar em mais nada.
Engraçado é que, depois daquela viagem, eu tive alguns conhecidos que viajaram pela mesma companhia aérea. E quando comentei sobre o "teto estrelado", alguns me falaram que nem repararam nesse detalhe. Como assim não repararam?!? Mas, pensando bem, até que faz sentido. Quantas vezes entramos num ambiente e reparamos no teto dele? Seja este ambiente a cabine de um avião, a sala de estar de um amigo, ou a cozinha da sua própria casa. A não ser que tenha um lustre lindo pendurado, o pobrezinho acaba esquecido. O que é uma grande injustiça, pois o teto pode ser a peça chave de uma boa decoração. Saber como usar cores mais claras ou escuras no teto pode alargar um corredor estreito, rebaixar um pé direito alto, ou quebrar a monotonia de um ambiente muito amplo. Infinitas possibilidades se abrem quando passamos a olhar para o teto de um ambiente como um importante elemento decorativo. Tais como estrelas no céu.  







































Funny thing, descobri que gosto bem mais do colorido no teto do que nas paredes. Tenho a impressão de que cansa menos os olhos, o que permite mais ousadia na escolha das cores. Talvez desde a minha estréia em viagens internacionais, eu tenha criado um certo apego a tetos decorados. Talvez aquele tenha sido o momento em que eu passei a prestar mais atenção neles. Pode parecer besteira, mas eu realmente guardo aquele "céu estrelado" como uma lembrança especial. If only we could have stars everywhere..   

Nenhum comentário:

Postar um comentário