terça-feira, 15 de outubro de 2013

Na ponta da agulha.

Poucas coisas são tão aconchegantes quanto um bom casaco de lã feito à mão. Ou um cachecol. Ou um xale. Ou uma manta. Ou qualquer coisa feita de tricô. Minha mãe sempre fez coisas lindas de tricô para mim e minhas irmãs. É engraçado porque eu tenho poucas memórias da minha infância, mas jamais me esqueci das blusas que ela me fez. Lembro de uma que tinha as letras do alfabeto e um desenho representando a respectiva letra. De uma lilás com um castelo nas costas, e de uma outra com uma paisagem de outono com duas árvores, uma vermelha e uma verde. Isso sem contar o conjunto rosa que ela fez para o batismo da minha irmã mais velha e que foi herdado por todas nós, até pelas nossas bonecas. Era a coisa mais linda do mundo. Tinha calça que cobria o pézinho, casaquinho com capuz e manta. Tá guardado aí em algum lugar aguardando a vinda dos próximos pimpolhos.. Minha mãe não fazia só à mão, como tinha uma máquina de tricô enorme que, aos meus olhos de criança, era a geringonça mais sensacional que eu já tinha visto. Parecia coisa do futuro. Eu adorava tentar mexer naquele treco. Acabei pedindo para minha mãe me ensinar a fazer tricô quando era mais nova. Ela me mostrou os pontos básicos. Mas eu não fui muito longe. Não tinha paciência praquilo. Lembro que eu sofria um ataque de nervos silencioso quando via ela desmanchando um trabalho quase pronto porque um ponto lá no meio tinha ficado errado. Eu até tentei, mas minha falta de paciência foi mais forte do que o perfeccionismo que tal técnica requer.
Talvez por ter presenciado tantas vezes o esforço e o carinho que requer, é que eu tenha tanta paixão por qualquer peça feita de tricô. E crochê. Basicamente qualquer coisa que use agulha e linha para criar coisas novas. Acho lindo ver a linha tomando forma enquanto as mãos se mexem contínua e ritmicamente. Adoro entrar em lojas de aviamentos só para ver a quantidade infinita de linhas das mais variadas cores e texturas. Poderia comprar todas e criar uma ideia diferente para cada uma! Imagina então a minha felicidade quando descobri que é possível usar tricô e crochê não só para qualquer tipo de roupa que eu quiser para mim, mas também para vestir a casa..
Cute as a button!
Até as árvores merecem uma roupinha de crochê.




Lindo efeito do crochê sobre a cúpula do abajur.
Uma colcha dessa, uma lareira, um chocolate quente e a neve lá fora.
Conseguiram deixar essa bike retrô mais linda ainda!










Essa cadeira parece uma obra de arte.



Jardinzinho fofo de tricô.


Delicado.

Cadeira quentinha.
Lindo contraste de cinza e fúcsia.


Todo meu amor por essa cortina que mais parece um xale de vó!


Warmy birdhouse.
 

Acho que se eu tentar pegar linhas e agulhas, ainda devo me lembrar como se faz o básico. E acho também que eu já consegui desenvolver um nível de paciência mais compatível com a técnica requerida. Ou não. Quem sabe. O que eu sei é que quero deixar minha casa o mais aconchegante possível. E isso é motivo suficiente para eu tentar levar à frente aquilo que um dia minha mãe me ensinou. I´m gonna make u proud, mommy!

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